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Daniela Mercury
o mundo estampado na sua música.
por Adriano Taquari

Falar da musicalidade de Daniela Mercury é acima de tudo falar de uma artista única e por que não dizer completa. Ela é completa, suas andanças pelo mundo a fez um ser digno de tanta majestade, ela é rainha, é dela a cor desta cidade e do mundo. Pelo sim ou pelo não é uma artista que faz jus a toda essa alegria e felicidade. Cantar e dançar é dela, num passe de Baile Barroco, numa dança de Balé Mulato, tudo é muito lúdico e vivo quando nos deparamos com sua obra e poesia, ela é a releitura de que podemos ser o que queremos ser e nos transcedendo de muita sabedoria e dedicação quanto ao que nos é concedido.

Desbravadora do axé music nacional, de uma visão que o carnaval teria que tomar outros rumos, deu forças ao circuito da Barra Ondina no carnaval de Salvador, foi pioneira em camarote na folia [vide que o seu camarote é o mais bem visto e elogiado pela crítica], fez o povo saber o que é Daniela Mercury numa festa em democracia, uma folia sem cordas para o povo, um trio eletrônico em transe e ela não para por aí, é a artista que mais tem reconhecimento do outro lado do mundo e deu portas para a Bahia entrar em qualquer lugar deste planeta.

Ela respira dança e transpira música, a cantora-bailarina é assim, dona de uma carreira que já acumula mais de 15 anos de estrada, quem não dançou com o agito de Rapunzel, quem não se emocionou com a Primeira Vista, quem que não fica até o final de seu show e não escuta um pedido em coro de Maimbê, e quem nunca ficou fascinado com tanta produção diante de seus shows, sempre únicos e culturalmente ricos de cenários, passos e canções. Há quem me diga que não?

Daniela Mercury é uma caricatura viva de si mesma, sua manifestação diante do samba-reggae que ela mesmo faz questão de dizer que é mais uma de suas descobertas, foi quem fez o povo entender que nem só de axé music vivia as terras da Bahia, nem só de carnaval vivia o povo da Bahia, ela mostrou que tinha gente fazendo outro som por aqui, idealizando conceitos e se reiventando diante do samba-reggae. É dela essa Canibália nome este que assina seu novo projeto lançado recentemente em São Paulo e percorrerá o mundo com está turnê, essa mistura, essa autenticidade, que de todos os modos faz com que ela seja única e completa.

Ser uma metida por opção não é dom de ninguém, ela é simplesmente uma artista que está aí por que tem talento e sabe muito da sua música, de seu povo e contudo isso expressar sua arte de forma bacana e feliz, seja num trio elétrico ou diante de uma multidão em cima do palco que ela faz questão de sorrir, a final das contas quem não é de verdade Deus não ajuda. Daniela Mercury a cantora que devolveu o samba-reggae aos pés de um país que sonha em ser realidade. Viva essa artista, viva sua música e ícones como Daniela Mercury deveriam ser fontes vivas de inspirações a todo e qualquer momento. Axé!